A edição para 2022 do Livro do Guarda-Mor-Elenco de Títulos Nobiliárquicos Portugueses foi um êxito. Esgotou em três meses, confirmando plenamente a justeza da iniciativa e o interesse do público por estas matérias. 

Na edição deste ano, não se justificando repetir toda a informação divulgada no ano passado, importava, acima de tudo, actualizar as renovações de títulos ocorridas entre 2021 e 2022, por um lado, e retirar dos títulos em uso queles que a morte dos seus possuidores impôs, por outro. Nessa perspectiva, mantendo a estrutura original de divulgação dos títulos em uso, portugueses e estrangeiros, acrescentamos nesta edição uma relação dos titulares entretanto falecidos e iniciamos a divulgação, por ordem alfabética dos títulos, de todos os titulares que os ostentaram e a relação de parentesco que os unia, ocupando-nos este ano das letras A e B. 

A dinâmica do tema, porque ele não fica cristalizado no tempo, cria as modificações do presente que importa ir fixando. E surgem por vezes novas informações que vêm do passado. Quando damos de barato que já todos os títulos foram referenciados, nesta edição revelamos cinco “novos” títulos que não foram antes mencionados nas obras de referência. Do mesmo modo, retirámos do catálogo de títulos portugueses igual número de cinco: três por manifesta inexistência em Portugal e dois por não terem sido concedidos pelos senhores reis de Portugal como as fontes geralmente indicavam mas um pelo Papa Leão XII e outro pelo imperador D. Pedro II do Brasil.

A edição que agora apresentamos e as demais que nos propomos apresentar anualmente permitirão actualizar a obra, corrigindo as falhas e as lacunas que formos apurando.

A edição deste ano impôs-nos sobretudo a necessidade de investigar e melhorar consideravelmente a informação sobre locais e datas de nascimento, casamento e morte dos titulares, com especial preocupação na indicação das freguesias das cidades, não nos limitando a referir vagamente Lisboa, Porto ou Coimbra.

Por outro lado, desde a publicação da “Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal” e, depois, da “Nobreza de Portugal e Brasil”, as datas de concessão dos títulos divulgadas por estas duas obras constituíram, para a generalidade dos investigadores, um valor absoluto e por isso foram repetidas em inúmeras obras que se publicaram depois daquelas. Só já com a primeira edição do Livro do Guarda-Mor no prelo nos apercebermos da existência de alguns lapsos que, em pouco tempo se converteram num ror de erros de informação. Acabámos finalmente por concluir que são poucas as datas correctas que aqueles dois trabalhos de referência nos facultam, tanto mais que o segundo praticamente se limitou a reproduzir o primeiro. Começámos, nesta edição, a verificar e rectificar todas as datas das concessões, seja nas Chancelarias Régias, seja nos Diários do Governo.